Canal da Terra
Chuvas acima da média antecipam plantio de soja em Roraima

De acordo com o presidente da Aprossoja-RR, Murilo Ferrari, o cenário atípico trouxe umidade suficiente ao solo

O volume de chuvas registrado no fim de março e início de abril em Roraima surpreendeu produtores rurais ao ultrapassar a média histórica para o período. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprossoja-RR), Murilo Ferrari, o cenário atípico trouxe umidade suficiente ao solo. Isso já permite o início do plantio da soja em algumas regiões do estado.

“Observamos um começo de abril com chuvas fora da curva do que estamos acostumados, fora da normalidade. Isso já cria condições favoráveis para o plantio. Alguns produtores já começaram a plantar, apostando nessa umidade e nas previsões futuras”, afirmou Ferrari.

Dados registrados pela estação automática do Inmet, mostra que em abril de 2025 já choveu 183,2mm em Boa Vista. Além disso, a previsão para trimestre abril, maio e junho é de chuvas acima da normal climatológica no centro-norte de Roraima.

Apesar do início antecipado por parte de alguns agricultores, a maioria ainda aguarda a consolidação das previsões climáticas para depois do dia 15 de abril. A preocupação gira em torno da possibilidade de um veranico. Esse é um período de estiagem breve que costuma ocorrer entre o fim de abril e o começo de maio.

Perspectivas para a Safra 2025

Segundo Ferrari, a chegada adiantada das chuvas em 2025 também antecipou a janela de plantio, o que pode beneficiar o ciclo produtivo da soja. “Isso significa que vamos conseguir plantar mais cedo e, consequentemente, fugir da janela crítica entre o meio e o fim de agosto, quando porventura as chuvas cessam. Isso pode viabilizar uma safrinha ou a formação de palhada para o próximo ciclo”.

A expectativa é de que, com a manutenção do clima favorável, os produtores consigam aproveitar ao máximo o potencial da safra deste ano. Isso deve ampliar a produtividade da soja em Roraima.

Fonte:folhabv.com.br

Produção agropecuária brasileira deve atingir R$ 1,42 trilhão em 2025, com alta de 10,1%

Estimativa do Ministério da Agricultura aponta expansão tanto na agricultura quanto na pecuária, com destaque para o café e a bovinocultura

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira está projetado para alcançar R$ 1,421 trilhão em 2025, o que representa um crescimento de 10,1% em relação ao estimado para 2024. A projeção, divulgada no boletim mensal da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, eleva a estimativa anterior, feita em março, de R$ 1,414 trilhão.

Para 2024, o ministério também revisou sua previsão: de R$ 1,274 trilhão para R$ 1,291 trilhão — um avanço de 0,5% na comparação com o ano anterior. O VBP representa o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais e é calculado com base na produção agrícola e pecuária e na média dos preços recebidos pelos produtores em todo o país.

Agricultura representa dois terços do total

Do total projetado para 2025, cerca de R$ 943,4 bilhões devem ser provenientes das lavouras, correspondendo a 66% do valor geral e um incremento de 9,6% sobre o resultado estimado para 2024. Já a pecuária deverá responder por R$ 477,7 bilhões — o equivalente a 34% do total — com alta prevista de 11,1%.

Segundo o levantamento, em 2024 a agricultura sofreu retração de 3,2%, enquanto a pecuária registrou crescimento de 8,4%.

Café e cacau lideram crescimento nas lavouras

Entre as culturas agrícolas, o maior destaque é o café, com expectativa de crescimento de 43,2% no VBP, atingindo R$ 123,3 bilhões em 2025. O cacau também deve apresentar forte desempenho, com alta de 24,6% e valor bruto projetado de R$ 14,1 bilhões.

A soja, principal cultura do país em valor absoluto, deverá registrar avanço de 9,1%, totalizando R$ 332 bilhões. O milho, por sua vez, deve gerar um VBP de R$ 148,8 bilhões, com crescimento de 16,4%.

Outras culturas com previsão de crescimento incluem a cana-de-açúcar (alta de 3,9%, para R$ 127,5 bilhões), a laranja (alta de 12,8%, para R$ 32,6 bilhões) e o algodão (aumento de 0,6%, para R$ 35 bilhões).

Por outro lado, espera-se queda no faturamento bruto de lavouras como arroz e trigo. O VBP do arroz deve recuar 8,7%, alcançando R$ 23,2 bilhões, enquanto o do trigo deve cair 7,5%, totalizando R$ 9,9 bilhões.

Bovinocultura lidera alta na pecuária

Na pecuária, o maior avanço é projetado para a bovinocultura, com incremento de 20,3% e valor estimado em R$ 205,7 bilhões. A atividade permanece como a principal fonte de receita dentro do segmento.

A suinocultura também deve crescer, com alta de 7,7% no VBP, alcançando R$ 61,1 bilhões. A produção de frango tem avanço previsto de 6%, chegando a R$ 113,6 bilhões. Já a produção de leite deve gerar receita de R$ 69,2 bilhões, com crescimento mais moderado, de 1%. A avicultura de postura, por sua vez, deve apresentar aumento de 6,2%, atingindo R$ 28,1 bilhões.

As estimativas do VBP são atualizadas mensalmente pelo Ministério da Agricultura, com base em dados de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nos preços coletados em fontes oficiais. O levantamento contempla 19 cadeias produtivas da agricultura e cinco atividades da pecuária.

Fonte: Portal do Agronegócio